Saiba o que todo gestor deve responder sobre a Estratégia Empresarial da sua organização e como fazer um bom planejamento em cima delas.

O termo Planejamento Estratégico já virou uma máxima no mundo dos negócios. O pensamento comum é: se você tem, há grande chance de sucesso. Se você não possui um, o fracasso é só questão de tempo. Será mesmo que isso é verdade? Já discutimos no Clube de OKR sobre a diferença entre Planejamento e Estratégia. Agora, criamos 15 perguntas que todo gestor deve saber responder sobre Estratégia Empresarial.

Análise da Estratégia Empresarial

Antes de mais nada, é preciso encontrar um ponto de partida para análise da Estratégia Empresarial. Já citamos aqui no Clube de OKR que o “Planejamento Estratégico é um oximoro (leia-se: figura em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente). A maioria das organizações acabam minando o pensamento criativo sobre estratégia ao colocar um processo formal de criação da estratégia empresarial, seguindo etapas, regras, documentos, formulários, auditoria, etc.”

Você não quer matar a sua estratégia colocando um processo burocrático sobre ela, não é mesmo?

Portanto, muito além do planejamento, nosso foco está na Estratégia Empresarial. Para organizar o pensamento, dividimos as perguntas em três macros: Propósito e Posição Estratégica, Objetivos e Metas Estratégicas e Engajamento na Estratégia.

PROPÓSITO E POSIÇÃO ESTRATÉGICA 

1 – Conhecemos as LACUNAS de mercado que podem ser preenchidas por nossa empresa?

Conhecer (de forma detalhada) as oportunidades de mercado é um excelente ponto de partida para qualquer estratégia. Mas é extremamente importante que você as conheça de forma detalhada. Não pense que “Acho que o mercado precisa de novo um aplicativo de fidelização” seja suficiente. Conheça as características, o perfil do seu público, os pontos em aberto, o que o concorrente não entrega, enfim: conheça profundamente as lacunas do mercado.

2 – Os nossos PROBLEMAS internos são conhecidos de forma detalhada?

Não basta chegar à conclusão de que “Nossas vendas estão caindo muito”. Claro que queda nas vendas é um problema, mas saber só isso não é suficiente. Entenda este fenômeno (problema) de forma detalhada, por exemplo, respondendo com informações do marketshare por produto, por região, por ponto de venda, ticket médio por cliente, etc. Em seguida, analise o seu processo para encontrar as causas que podem gerar os fenômenos.

3 – Possuímos um propósito claro e público? Responda: “Qual o nosso SONHO GRANDE?”

A palavra “propósito” vem do latim, que significa “aquilo que eu coloco adiante”. Organizações com propósito são aquelas que sabem o que estão buscando, conseguem visualizar o ponto de chegada e entendem claramente as razões para fazer o que fazem e também o que não fazem. Se quiser construir um propósito significativo para sua empresa, vale a pena entender como o Propósito Transformador Massivo (PTM) pode ajudar sua organização.

4 – Nossos produtos e ações traduzem um FOCO estratégico?

“Como assim, mais um produto?”. Diversas organizações vivem diariamente procurando formas de “atirar para qualquer lado” para ver se “um dia a gente acerta”. Isso é extremamente prejudicial. Muitas delas acabam abandonando projetos e produtos inacabados simplesmente por diluir a energia em várias frentes. Foque em uma proposta de valor clara e lembre que a maior parte das organizações de sucesso resolvem poucos problemas muito bem.

5 – Somos lembrados pelas pessoas fora da empresa por uma CARACTERÍSTICA ESPECIAL?

Ao ouvir o nome ou ver a marca da sua empresa, as pessoas devem associar rapidamente uma característica especial. Isto tem relação direta com seu propósito e foco estratégico. Além de ter os dois muito bem definidos, é necessário agir com valores que os reflitam. Lembre-se que ao ouvir falar da Apple é praticamente impossível não associar à inovação de Steve Jobs.

OBJETIVOS E METAS ESTRATÉGICAS

6 – Sabemos o que deve SER ATINGIDO para garantir crescimento e prosperidade?

Propósito e foco são ótimos pontos de partida. Mas é por meio de objetivos e metas claras que você conseguirá direcionar todas as pessoas à realização do que você espera para o futuro. É necessário que todas as pessoas saibam o que a empresa está buscando e os números que devem ser atingidos. Somente afirmar “Precisamos melhorar as vendas” não é suficiente. Estipule números, dê significado à eles e trace ações claras. Nosso e-book Estratégia com OKR pode ajudar nesta jornada.

7 – Sabemos, hoje, qual o nosso APROVEITAMENTO dos objetivos e das metas definidas?

Saber se está andando no ritmo certo é um dos maiores presentes que você pode dar à sua empresa. Entender a cadência dos objetivos e metas e ter um feedback constante do quanto atingiu ou pode atingir proporciona aos gestores entender a capacidade da sua equipe e potencial da estratégia empresarial. Nos projetos que realizo pela Bissetriz – Agência de Performance, propomos cerimônias de checkin semanal na estratégia.

8 – Os objetivos e metas são DESDOBRADOS e conectados em todos os níveis funcionais?

Não adianta passar dias imersos em definir objetivos e metas para a empresa e guardá-los em uma gaveta. O primeiro passo é compartilhar a estratégia e criar conexão com todos os níveis gerenciais. Cada um deles deve criar seu próprio conjunto de diretrizes com objetivos e metas claras. Este conjunto de diretrizes nos níveis funcionais não deve funcionar como uma cadeia TOP-DOWN (de cima para baixo), mas como conexão entre os objetivos e metas propostas em nível funcional e estratégico.

9 – Conhecemos a evolução ou retrocesso do DESEMPENHO ao longo do tempo?

Além de conhecer o desempenho em um ciclo estratégico, é importante que o gestor tenha em mente o aumento ou decréscimo no nível de performance da equipe. Com base nisso, deve oferecer feedback constante e desenvolver competência que permitirão alcançar novos patamares de desempenho.

10 – Sabemos as ações ou projetos que levarão ao atingimento dos objetivos e metas?

Com todas as diretrizes definidas, é importante definir “o que” e “quando” devem ser feitas tarefas e planos ações que garantirão o atingimento das diretrizes. Costumamos chamar um Plano de Ação de MISSÃO. Para entender a inspiração deste conceito, veja este TED do Capitão do BOPE Paulo Storani.

11 – Todos conhecem nosso PROPÓSITO e entendem o futuro da empresa?

Uma atividade que gosto de fazer é, quando começo um novo projeto em uma empresa, perguntar aos colaboradores onde eles imaginam que a empresa pode estar em 5 ou 1o anos. Geralmente, tenho menos de 10% das respostas saem com afirmações parecidas. Este é um indicador de que o propósito não é claro e as pessoas não entendem o futuro da empresa.

12 – Nossos colaboradores conhecem e trabalham em seus PRÓPRIOS objetivos e metas?

Além do nível estratégico e funcional, chegar na definição dos objetivos e metas individuais é um grande desafio para muitas organizações. É importante que cada colaborador possa conhecer as expectativas da estratégia da empresa sobre o seu trabalho e entender o que precisam fazer para contribuir com o atingimento da estratégia.

13 – A definição da nossa estratégia é COLABORATIVA e capta diferentes pensamentos e opiniões?

A estratégia TOP-DOWN é a forma mais comum e menos eficaz que conhecemos. Ignorar a experiência e a visão de negócio dos colaboradores que estão na ponta e (muitas vezes) em contato com o mercado é um grande desperdício. Envolvê-los na identificação das lacunas e análise dos problemas e processos é uma excelente forma de garantir que a estratégia possui de fato aderência ao mercado e necessidades internas.

14 – Todos sabem como devem contribuir com a ESTRATÉGIA e o como devem se autodesenvolver?

É extremamente importante que os colaboradores saibam as competência que estão falhando ou que devem adquirir para que a estratégia empresarial seja alcançada. Muitas empresas falham no processo de feedback e desenvolvimento de pessoas. Com objetivos e metas claras fica mais fácil de atribuir as competências necessárias ao momento da empresa.

15 – Os colaboradores são RECONHECIDOS pelo desempenho público e individual?

Para Mário Sérgio Cortella, em seu livro Por Que Fazemos o Que Fazemos, a principal causa da perda de motivação é a falta de reconhecimento. Entendendo motivação como uma atitude interna, é extremamente importante que os gestores saibam reconhecer o bom desempenho e cobrar o desempenho que pode ser melhorado. Nos projetos que desenvolvemos na Bissetriz – Agência de Performance, utilizamos a gamificação para engajar as pessoas na estratégia.

CONCLUSÃO

Fazer as perguntas acima para você mesmo e tentar respondê-las primeiro da forma real, e depois se perguntando como seria a forma ideal, é uma excelente forma de saber quais os gargalos precisam ser resolvidos na sua estratégia.

Feito isso, o próximo passo é colocar a mão na massa. Se você precisa de uma ajuda especializada, pode solicitar uma conversa gratuita com um especialista para ver uma demonstração completa de estratégia ágil e OKR.

Fonte: Administradores.com