Em tempo de crise, quase todos os setores do mercado se retraem, são poucas as empresas que permanecem a investir mesmo com o cenário se mostrando “assombroso” para o curto prazo. Uma das primeiras áreas dentro de uma organização a sentir o peso dessa mudança de estratégia é o Marketing, o corte nas verbas destinadas a comunicação e propaganda é muito grande, mas ela não é a única sofrer com a diminuição repentina de quantias do seu orçamento. A área de Recursos Humanos também fica prejudica, pois são estancadas novas contratações e principalmente a redução de treinamentos ou investimentos na formação dos funcionários. Mas fica a pergunta: será que em momentos como esse parar de investir é a melhor solução? Muitos especialistas dizem que não. O que acontece é que a maioria dos concorrentes estão pisando no freio, investindo menos e pelo receio comum de não obter retorno no tempo necessário e isso acabar refletindo negativamente em seu Demonstrativo de Resultados do Exercício. Porém, é aproveitando essa “fragilidade” dos seus concorrentes que uma empresa pode ter maior facilidade de retorno financeiro e crescimento quando a economia voltar a aquecer. De toda forma, não basta sair investindo sem critério esperando um retorno que também não foi planejado – que só tenha sido projetado. É fundamental que seja definido um plano de ação para o enfrentamento da crise, ou se já existe um em curso, o mesmo precisa ser revisto e ajustado.

1. PALNEJAMENTO ESTRATÉGICO

Os principais pontos que se deve ter em mente ao iniciar a montagem de um planejamento estratégico são os seguintes: ponto de partida (onde vocês está) e ponto de chegada (quais objetivos você deseja atingir).

Apesar de muitas pessoas acreditarem que a montagem de um planejamento estratégico é um “bicho de sete cabeças”, isso não é bem verdade. Claro que, como qualquer ação dentro de um processo decisório, é necessário um conhecimento mínimo das pessoas que estarão envolvidas na montagem de tal plano.

Vamos lá… Como dito no parágrafo anterior, é imprescindível montar uma equipe que esteja alinhada com o que vai ser proposto e que se prepare um pouco antes das reuniões onde serão discutidos os pontos a serem acordados no planejamento estratégico. Essa preparação pode envolver apresentações teóricas sobre planejamento estratégico, bem como a recomendação de leitura de materiais de apoio. Dessa forma os envolvidos terão um nivelamento que tornará a elaboração do plano mais assertiva.

Geralmente as pessoas que participam da elaboração do planejamento são os chefes de cada setor – que vivenciam no dia a dia as dificuldades inerentes ao seu serviço – juntamente com a diretoria – que vai determinar qual o objetivo macro a ser atingido. Um planejamento que seja definido de “cima para baixo” tem fortes chances de encontrar alguns obstáculos problemas por não prever acontecimentos rotineiros de cada célula de trabalho.

1.1 O que um Planejamento Estratégico precisa ter?

Fundamental para passar uma boa imagem institucional de qualquer empresa, o planejamento estratégico é cada vez mais comum e bem elaborado nas corporações de todo o mundo – possibilitando uma comunicação mais clara e, com isso, um maior entendimento e sinergia entre empresas, clientes, público-alvo e funcionários.

A seguir, alguns passos imprescindíveis para formar um planejamento estratégico de alta eficiência:

a) Analise a organização. É necessário conhecer bem a empresa, identificando de maneira detalhada quais são os pontos fortes e fracos da corporação.

b) Determine missão, visão e valores da corporação. A definição de missão, valores e visão da empresa devem ser totalmente conhecidas, permitindo que o planejamento siga de acordo com tais políticas da organização.

c) Identifique seu público. Além da empresa, deve ser analisado, também, o público com o qual se deseja conversar; podendo definir os melhores caminhos para chegar aos principais objetivos.

d) Identifique os objetivos da ação. Demanda de mercado, interesses e políticas de relacionamento com stakeholders devem ser devidamente mapeados e identificados.

e) Defina objetivos, estratégias e metas. É fundamental ter estabelecidos quais são os objetivos que se deseja alcançar, quais são as ferramentas que se possui para isso e em quais prazos isso deve ser realizado.

f) Determine a meta. O caminho pelo qual se deseja seguir é o ponto de partida do planejamento, e os objetivos de comunicação que se deseja alcançar devem ser bem estabelecidos. Se quiser entender a fundo como estabelecer metas de uma forma que suas chances de atingi-la sejam dez vezes maior, leia esse artigo aqui.

g) Planeje a ação. Defina os planos que serão capazes de levar a empresa aos seus objetivos de maneira detalhada.

h) Faça a monitoração. Cronogramas podem ser uma boa opção para avaliar o andamento dos planos que estão sendo postos em prática.

i) Avalie os resultados. A partir do controle do planejamento, é possível avaliar os resultados da sua estratégia; modificando ou mantendo as ações que trouxeram bons ou maus resultados.

2. PALNEJAMENTO ESTRATÉGICO EM UMA ORGANIZAÇÃO

Com a forte concorrência e as mudanças que ocorrem a todo o momento no mercado, faz-se necessário que as empresas pratiquem o aprendizado continuo e mantenham a postura de adaptação e inovação, buscando sempre surpreender seus clientes com novidades e um atendimento que preze pela qualidade dos produtos/serviços.

Para facilitar o entendimento e construir uma plano que seja eficiente e eficaz, podemos dividir a empresa pela teoria dos 3P,s (Pessoas, Processos e Produtos) de Marcus Lemonis, que adota a máxima “O fator humano é a única coisa que me importa e, se você investe em uma boa equipe, um bom produto e um bom processo, certamente vai fazer dinheiro”.

Processos – uma empresa que não conhece a fundo seus processos está sujeita a sofrer de forma mais intensa as oscilações do mercado, afinal o que não é mensurado, não pode ser controlado.

“Não se gerencia o que não se mede,
não se mede o que não se define,
não se define o que não se entende,
e não há sucesso no que não se gerencia”
(William Edwards Deming)

Conhecer as práticas de mercado adotadas pela concorrência e fazer um comparativo com a forma que internamente lhe damos com a mesma situação, permite a empresa adotar práticas controladas. Dessa forma podemos realizar modificações nos processos a fim de minimizarmos as conseqüências. Essas modificações poderão não apenas buscar amenizar as vantagens do concorrente, mas servem também para que possamos ultrapassar o limite alcançado pelas outras organizações, possibilitando o oferecimento de produtos e serviços melhores.

Para controlar as diversas variáveis dos processos, é de fundamental importância se estabelecer indicadores – em todos os setores – que torne mais fácil o acompanhamento e resolução de problemas que sejam identificados de forma prematura, permitindo uma ação mais rápida que provavelmente irá contribuir para uma retomada em menor tempo e menores custos.

Pessoas – identificado por muitos como uma peça importante de qualquer organização, uma empresa que se preocupa com o bem estar e satisfação dos seus funcionários, não está apenas motivando-os, mas também faz com que essse funcionários faça o marketing espontâneo, levando o nome da empresa para seus círculos de amizades e relações sociais. Ao estabelecer critérios de participação de todos nas decisões da organização, as pessoas se sentem parte integrante e não meramente um indivíduo que limitado a exercer suas atividades.

Podemos também destacar que uma das ações que visa integrar os funcionários nos processos é a criação de ferramentas para ouvi-los, como a criação de programa de indicação de funcionários para vagas em aberto ou o processo de recrutamento interno antes de buscar profissionais no mercado. Também podemos estabelecer parâmetros para demissões, como forma de tornar o processo mais transparente e conseqüentemente gerar maior segurança nas relações. Não esquecendo que uma demissão injusta ou mal conduzida, gera resultados que nem dá para se mensurar por completo (um dos problemas é o marketing negativo que essas pessoas geram. O famoso “boca a boca”).

Produto/Serviço – aqui estamos falando das saídas, ou seja, aquilo que as pessoas ao realizarem os processos vão entregar. Uma organização que tem uma postura de atenção e cuidado para com as pessoas, e que mantém um controle sobre os seus processos, muito provavelmente entregará bons serviços e/ou produtos.

A preocupação com o bem que esta sendo entregue é o que garante se a organização está empenhada em entregar um produto/serviço que gere valor para o cliente. Esse valor não está diretamente ligado ao seu valor de venda, e sim ao valor que é percebido por aqueles que estão dispostos a pagar. Um produto pode estar sendo vendido por um preço que é justo, porém não agrega muito valor e isso irá refletir no médio e longo prazo, diminuído a chance do cliente em fazer novos negócios com a organização.

Para empresas de serviços, dentro do item produto, está inserida a estrutura física. Organizações que prezam pelo conforto e satisfação dos seus clientes estão constantemente interessadas em manter atual sua estrutura para que as pessoas sintam que a empresa não parou no tempo, que ela evolui de acordo com as tecnologias e inovações que surgem no mercado.

Fonte: Administradores.com